Acontecido no último sábado, dia 26 de setembro, a manifestação em favor da demarcação das terras indígenas de Dourados “Sim a Demarcação” reuniu mais de 300 pessoas. Entre elas lideranças e acadêmicos indígenas do Programa Rede de Saberes e também não-indígenas que somaram esforços para esclarecer que os indígenas não têm os objetivos que a mídia local tem mostrado e que a demarcação é um direito dos povos indígenas. O grito que marcou o movimento foi “Terra e Paz- É isso que queremos”. Iniciada às 8h40min com a saída da Câmara Municipal até a Praça Antônio João, no centro da cidade, a manifestação durou aproximadamente 2h.
O movimento foi idealizado por lideranças e professores da comunidade indígena de Dourados, além de acadêmicos do Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran). Os acadêmicos Gilmar Marcos Galache Terena, do 8º semestre de Design e Valdevino Terena que cursa o 4º semestre de História estiveram presentes registrando todos os momentos. Ambos fazem parte do Programa Rede de Saberes da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Teve destaque também, a participação de Dênis Figueiredo, acadêmico do 3º ano de Direito da Unigran, que reside na aldeia Jaguapirú. Acadêmicos da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) também estenderam faixa demonstrando a opinião favorável à demarcação.
Durante a manifestação Anastácio Peralta pediu pelo reconhecimento de povo e cidadania, por serem mais de 14.000 índios em Dourados, e que “parem de dizer que índio é vagabundo, pois toda madrugada às 3h saem de suas aldeias em cinco ônibus super lotados de trabalhadores indígenas para os canaviais, onde vão tirar o sustento de suas famílias e enriquecer a elite que ainda continua achando que todo índio é vagabundo.” Leoson Mariano Guarani sustentou, lembrando que a demarcação é uma responsabilidade do Governo. “Somos o povo brasileiro. Índio não é vagabundo, índio não é invasor de terras, muito pelo contrário, só estamos em busca dos nossos direitos, só queremos o que a Constituição diz. Isso não é dívida dos produtores, nem dos agricultores, isso é uma dívida do país que deve ser corrigida”, disse.
Colaboração e Fotos: Reginauro Ortega, acadêmico do 8º semestre de Ciências da Computação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS/Dourados)