O III Encontro de Acadêmicos Índios e Política Partidária e o I Encontro Temático Saberes Tradicionais e Científicos – Direito, realizados pelo Projeto Rede de Saberes, nos dias 17 e 18 de junho, em Dourados, reuniram mais de 90 pessoas. Em dois espaços diferentes os participantes levantaram importantes questões relacionadas aos temas propostos.
III Encontro de Acadêmicos Índios e Política Partidária
Discutindo novos caminhos para construção de uma política diferenciada dentro das comunidades oito vereadores indígenas de Mato Grosso do Sul estiveram presentes no encontro expondo às lideranças e acadêmicos as dificuldades e avanços de sua trajetória política.
O vereador Kaiowá de Caarapó, Otoniel Ricardo, um dos coordenadores do evento destacou pontos importantes para avançar. “Tem três coisas para se pensar a partir de hoje. Uma é para ser um político tem que ter um nome, outra é você tem que ser ‘povoado’ e a terceira você tem que saber qual partido que você vai se afiliar para não ter dificuldade lá no futuro. A gente tem que dominar a política, porque se você se dominar pela política você não vai à nenhum lugar, você não consegue nada”, disse Otoniel.
I Encontro Temático Saberes Tradicionais e Científicos – Direito
A Dra. Simone Becker, da Faculdade de Direito e de Relações Internacionais da Universidade Federal da Grande Dourados (FADIR/UFGD) iniciou as discussões falando da verdade como plural. “No jurídico vence aquele que apresentar uma verdade mais convincente para o juiz. É uma ousadia do Direito nos impor uma verdade única e singular”. Mais de 25 acadêmicos dos cursos de Direito da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) participaram do evento.
Contando a experiência de sua comunidade na luta pela terra a advogada Joênia Wapichana também assessorou as discussões dos acadêmicos. “É grande a responsabilidade dos acadêmicos e do bacharel indígena, também do movimento indígena e todos os profissionais que consideram o direito indígena como uma bandeira, como um dever, uma responsabilidade social”’, disse a advogada. Também participou o assessor jurídico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi/MS), Rogério Batalha.